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A Censura e os Sentimentos de Culpa

Writer's picture: TRILÓGICA Liderança & GerênciaTRILÓGICA Liderança & Gerência

Sentir os sentimentos de culpa constitui-se atividade fundamental para a manutenção da saúde mental. Os indivíduos que inconscientizam seus sentimentos de culpa, por um excesso de censura, acabam por criar doenças físicas, mentais e sociais de várias proporções.


A razão fundamental pela qual a pessoa nega seus sentimentos de culpa é a teomania, ou megalomania, observada por Keppe. Ou seja, se o grau de idealização (teomania) que a pessoa faz de si mesma for muito grande, sua censura será também muito forte e não terá tolerância em admitir os seus erros, pois ela gostaria de se ver como um “anjo” ou um “Deus”, de preferência, que não comete enganos, nem tem más intenções, maus pensamentos e atos.


Freud chamava de superego ao elemento do aparelho psíquico responsável pela censura e acreditava que fosse formado por modelos ideais de conduta internalizados da sociedade - seriam, portanto, originados no exterior do indivíduo.


Keppe acredita que a censura é formada pela teomania do próprio indivíduo, mas é reforçada principalmente pelo ambiente, através de pais, professores e sociedade censuradores e intolerantes que não aceitam trabalhar com os erros.


Os sentimentos de culpa, não sentidos, não se dissolvem; eles podem ficar inconscientizados, mas estão ativos no interior da pessoa, exigindo uma reparação.


Caso isso aconteça, o indivíduo pode ser levado a “reparar” suas culpas de uma maneira irracional e inconscientizada, provocando punições a si mesmo ou a terceiros.


O indivíduo menos teomânico, criado em um ambiente mais tolerante (menos perfeccionista), conseqüentemente terá uma censura menor, tolerando conscientizar seus sentimentos de culpa - dessa maneira, ele pode reparar seus erros de maneira construtiva e racional, voltando a se sentir merecedor de usufruir o que é bom em sua vida.


A sociedade e as ciências psicológicas vêm contribuindo grandemente para o recrudescimento desse mecanismo psicossociopatológico ou acreditando que os sentimentos de culpa são negativos para o ser humano, procurando negá-los, elogiando-se mutuamente ou adotando uma conduta fortemente repressiva e intolerante, através de práticas sociais punitivas, que acarretam sempre conseqüências negativas, somente agravando o quadro patológico. Nenhuma das duas medidas traz solução ao problema, pois todo o sentimento de culpa tem uma causa, e ele só pode ser resolvido se for conscientizado e se for feita uma reparação adequada. As primeiras medidas são alienantes e escravizadoras; somente a conscientização é libertadora.


Fonte: PACHECO, Cláudia Bernhardt de Souza. ABC da Trilogia Analítica - Psicanálise Integral. 10 ed. São Paulo: Proton, 2014.



Reflexão:

Você percebe que a tolerância em ver e admitir os erros é fundamental para poder conscientizar as suas causas e recuperar o equilíbrio emocional, mental e espiritual?

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