"Enquanto a Economia não for baseada na realidade, não poderá se desenvolver corretamente A economia não constitui um jogo à parte de dúzias e dúzias de seres humanos, que se divertem em Bolsas de Valores, Bancos e Caixas Econômicas, em euforias e depressões violentas - vivendo em um mundo repleto de imaginação. A economia faz parte da realidade, e só poderá se desenvolver corretamente se voltar para sua verdadeira origem. Ela tem de estar ligada ao trabalho, ao que o homem realiza, para que a paz volte à humanidade. Enquanto o ser humano quiser brincar com a vida, não conseguirá viver em paz; e essa atitude de não querer levar a sério é devido à ideia errônea de que a realidade é ruim - que nos causa toda espécie de problemas, desde os sociais até os mentais - não havendo consciência clara de que participamos de uma organização social de fantasia. Um fato que todo economista tem de reconhecer é que o valor do dinheiro depende do trabalho; por mais fantasia que se crie, não há dinheiro sem ação. Quando Martin Heidegger (1889-1976) afirmou ser a angústia o resultado de uma existência inautêntica (O Reino do Homem, N. R. Keppe, pág. 265), estava mostrando todo o desastre psicológico que tem causado a estrutura social - mesmo que ele tenha usado mais um sentido psicológico. No passado, sem os conhecimentos de economia, eu também pensei que a neurose do ser humano se tratava apenas de uma escolha interna do homem; agora noto que praticamente não há possibilidade de optar por uma vida autêntica, em uma sociedade que organizou um sistema de vida totalmente falso.” Dr. Norberto Keppe
A palavra economia deriva do grego oikonomía: oikos - casa, moradia; e nomos - administração, organização, distribuição. Deriva também do latim oeconomìa: disposição, ordem, arranjo.
A economia é uma ciência que consiste na análise da produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
De acordo com Dr. Keppe: “A economia faz parte da realidade, e só poderá se desenvolver corretamente se voltar para sua verdadeira origem”.
Por exemplo, na administração de uma casa: o que é necessário para morar, constituir e sustentar uma família; na administração de um negócio: o que é necessário para abrir, gerenciar e desenvolver uma empresa.
No sistema econômico atual, que é invejoso e invertido, as ações econômicas ou as ações dos agentes econômicos, que somos todos nós, estão desconectadas com a realidade, ou seja, é uma economia falsa e fantasiosa: baseada na especulação, na exploração e na corrupção, que levam à destruição do mundo.
Chegamos a um impasse e ao momento decisivo da humanidade. Por isso, precisamos nos conscientizar dessa inversão e agir para que os nossos recursos econômicos, a inteligência e o trabalho sejam utilizados para a sua verdadeira finalidade: gerar bens e serviços para a sociedade e não somente para os acumuladores de capital.
Fonte: KEPPE, Norberto da Rocha. Trabalho & Capital. São Paulo: Editora Proton, 2003.
Reflexão:
“O valor do dinheiro depende do trabalho; por mais fantasia que se crie, não há dinheiro sem ação.” (Dr. Norberto Keppe)
Como você percebe essa relação entre o trabalho e o dinheiro na sociedade atual?
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