Não é possível viver sem a beleza porque ela imediatamente coloca a mente em proporções adequadas, gerando toda espécie de bem. O que é bom na vida tem origem no bem e não no mal – neste caso o campo da estética representa o que de melhor pode ser realizado dentro da humanidade. É por isso que a criança identifica o belo com o bem, enxergando o que é bom na beleza.
No momento, noto que a grande transformação só pode advir pelo caminho das artes – que é a base da estrutura do ser humano, o meio caminho entre Deus e a criatura.
Parece que não existe nada mais experimental do que as artes; elas partem sempre de alguma realização, seja com sons, tintas, formas ou narrativas (música, pintura, escultura e romance) para manifestar uma percepção e um sentimento que jamais mentem em sua origem.
Como tenho mostrado, o sentido e o sentimento constituem a base da vida e de todo o conhecimento; como a arte se origina diretamente daí, não pode haver dúvida de que é através dela que toda a vida e entendimento serão influenciados.
O belo é sempre dialético*. Na música advém da união da melodia e do ritmo; na escultura da forma com a proporção; na pintura o belo é constituído pela forma e cor (ou tonalidade); no romance pela junção da estória com a narração. Entre os dois valores deve existir a harmonia e isso causa a veracidade da obra de arte.
Sempre quando dois fatores se unem com harmonia, aparece uma realidade; em Deus-Pai existe a bondade e a beleza que dão origem à verdade (o Filho de Deus). E pela união da bondade (ou beleza) com a verdade (ou realidade) surge o Espírito Perfeito.
O que acredito ser muito importante saber é que o belo existe por si em toda a verdadeira realidade; o que é real deve ser bonito, e este é também a realidade. Somente pela existência destes dois elementos na sociedade é possível haver o espírito perfeito. Quando uma cidade, uma casa não são construídas de uma maneira bela, o país pára em seu desenvolvimento.
Dialética*: Processo de busca da verdade por meio do diálogo entre dois elementos reais.
Fonte: KEPPE, Norberto da Rocha. Sociopatologia. São Paulo: Editora Proton, 2002.
Foto: Wikimedia Commons
Reflexão:
Você percebe que o senso de estética está na essência de todos os seres humanos?
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