A verdade não é a miséria que campeia este mundo; a verdade não é a neurose, psicose, ou qualquer doença física; a verdade não é a fome, a pobreza, não é o mal-estar, a tristeza, o descalabro – pois tudo isso é justamente a sua privação – mas a verdade é tudo o que existe: a terra, as águas, os mares, os animais e plantas, o ser humano, com sua inteligência, sentimento e capacidade, e toda a sua realização; justamente este último é que nos torna mais idênticos ao Criador – pois poderíamos desenvolver nosso planeta, e chegar rapidamente a um verdadeiro paraíso, mas temos destruído sistematicamente com a nossa inveja.
A finalidade do ser humano é aceitar a realidade para a qual foi criado, que está profundamente impregnada em sua natureza, impelindo-o a sua realização, ou seja, à implantação da verdade, beleza e bondade em todo o universo – pois o que somos, em si, já é toda a perfeição, não havendo necessidade de um processo de evolução, mas sim de aceitação, para não destruir mais o que já destruímos, de nossa humanidade.
Escolhemos uma visão da existência do tamanho do nosso olhar – o que é muito pouco, quase nada, mesmo. Para saber da vida, temos de vê-la com os olhos de Deus, e aí sim, cairemos estarrecidos de admiração, mudos de espanto.
O ser humano, afastado da verdade, é inteiramente medíocre, limitado; mas, unido a ela, é magnificente, podendo se alçar ao infinito e permanecer eternamente lá. Não fomos criados para a insignificância, mas para toda a grandeza que existe.
A verdade, o amor e a bondade são tão onipotentes que pessoa alguma, vontade alguma, poderá diminuí-los, por um centímetro que seja – porém cada indivíduo pode aumentar o seu fulgor, se resolver repousar nos seus braços, agindo, a partir deles. Sem dúvida alguma, poderá produzir maravilhas maiores do que conseguimos pensar.
Fonte: KEPPE, Norberto da Rocha. A Glorificação. São Paulo: Editora Proton, 2019.
Reflexão:
Você percebe que só é livre, feliz e bem-sucedido quando vive na verdadeira realidade?
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